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quinta-feira, 19 de março de 2015

Gostava tanto que esta frase fosse verdade...

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Quando o meu pai morreu, foi como se as minhas asas (que eu já nem me lembrava que as tinha) tivessem aprendido a voar. Senti uma liberdade indescritível.
Ele foi o meu pior inimigo. Tão depressa era carinhoso e pedia desculpa pelas agressões, alegando que a culpa era nossa, como de repente fazia algo de errado e ele me espancava.
Mesma coisa para a minha mãe e para a minha irmã.
Lembro-me que uma vez fui atropelada numa passadeira mas nunca contei a ninguém (embora tenha ainda mazelas), com medo que ele me culpasse e que levasse umas bolachadas.
Um dos motivos porque odeio cozinhar, foi porque sempre que o fazia, era quase inevitável ser agredida porque havia sempre algo de errado na minha comida.
Por isso não, não vou ser hipócrita e dizer que sinto a falta dele, porque não sinto.
Sinto saudades sim da minha mãe que foi uma vítima toda a vida dela. Por isso ela nunca teve suporte emocional nem financeiro para combater aquilo que o meu pai lhe fazia.
Sinto falta dela sobretudo quando me defronto com determinadas situações na vida e que não tenho ninguém com quem desabafar.
 
Amo-te muito mãe
Foste e continuas a ser a pessoa mais importante da minha vida.

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